Por conta de uma enorme extensão territorial e heterogeneidade populacional, com cerca de 80 milhões de pessoas, a Turquia é um pais com aspectos geopoliticos complexos. Com seus países vizinhos e áreas que os interligam em constantes e eternas guerras civis contribuem para os problemas do país, não só os problemas estruturais financeiros, mas como também na administração do território. Além dos problemas externos há também os internos com os curdos, grupo étnico que ocupam parte da Turquia, Irã, Síria, Azerbaijão, Iraque e Armênia, sendo a maior nação sem Estado com 26 milhões de pessoas que possuem como objetivo a independência política e territorial. Com isso o Estado violentamente tenta os parar.
O terrorismo é considerado por muitos como a grande ameaça do século XXI devido ao crescimento excessivo de ataques pelo mundo. Alguns historiadores afirmam que o início do terrorismo foi no século I d.C quando um grupo de judeus atacavam aqueles que eram a favor do domínio romano. Para outros os ataques tiveram início a partir das tentativas de uma seita muçulmana de exterminar seus inimigos no Oriente Médio.
É necessário por tanto conhecer as ideologias e crenças que levam à essas atitudes. Para os terroristas a tal ação destruidora é considerada uma forma de luta. Os atos possuem diversos objetivos específicos, dividindo-se em 4 formas:
- O terrorismo revolucionário formado pelos conhecidos "guerrilheiros urbanos marxistas";
- O terrorismo nacionalista que tem como objetivo a separação territorial;
- O terrorismo de estado que a ação é feita pelos estados nacionais contra sua própria população (ditadura brasileira, por exemplo) e contra a o povo estrangeiro (xenofobismo);
- O terrorismo de organizações criminosas que são práticas de violência para fins econômicos e religiosos.
Por que a Turquia virou um alvo de ataques terroristas:
A Turquia sofreu seu 14º atentado terrorista em 2016. Foi também o mais mortal neste ano: 42 mortos, mais de 200 feridos. O alvo foi Instambul, onde três terroristas armados com fuzis e explosivos atacaram a entrada do terminal de voos internacionais do Aeroporto Kemal Atatürk, o terceiro mais movimentado da Europa. Sendo assim não foi o primeiro nem o ultimo atentado, em dois anos só tem aumentado o número de atentados na Turquia. O que estão dizendo e suspeitando é que esse atentado tenha ocorrido da parte do Estado Islâmico . Um dia após o ataque, o diretor da agência americana de Inteligência, a CIA, John Brennan, disse que a invasão suicida “mostra as marcas da depravação do EI”.
O ataque tem um simbolismo profundo. O aeroporto Kemal Atatürk é o terceiro aeroporto mais movimentado da Europa. Istambul, a cidade mais cosmopolita da Turquia, é um espelho do crescimento da Turquia na última década e um símbolo da tentativa de integração do país à Europa.
A pergunta que não quer calar é: O que levou a Turquia um polo turístico que tinha virado um modelo de democracia numa sociedade muçulmana, com liberdade política e religiosa a virar alvo de tantos ataques terroristas? A Turquia buscava manter boas relações com todos. Era a principal aliada de Israel na região, o principal parceiro econômico de Bashar al-Assad na Síria, integrante da Otan, mas com boas relações com os russos. Era, mais do que isso, exemplo no mundo islâmico, sendo consagrado como um exemplo de líder de uma democracia no Oriente Médio.
Erdogan que é o líder do país, estimulou e patrocinou a ascensão de combatentes interessados em lutar contra Bashar al-Assad. Basicamente, por anos deixou a fronteira do país com a Síria aberta, permitindo e facilitando a entrada de homens, armas e dinheiro. Muitos desses jihadistas se transformaram no Estado Islâmico e se voltaram contra a própria Turquia. Enquanto isso, o governo Erdogan abandonou as negociações de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo militante separatista e classificado como terrorista pelas autoridades turcas, e entrou em conflito direto com os militantes curdos.
Com a economia do país perdendo fôlego por causa da queda do preço das commodities, Erdogan fez de tudo para aumentar seus poderes, tornando-se presidente, claro que Erdogan não é o único culpado, há também nas profundas divisões do país, a região inconstante em que a Turquia se encontra, rodeada de crises e guerras. O país enfrenta uma grande polarização na política, instabilidade, desaceleração econômica e uma grande onda de violência
Ao fazer vistas grossas para terroristas por tanto tempo e bombardear grupos inimigos do EI, a Turquia se tornou um alvo fácil. E como consequência disso o povo Turco sofre. Mas até quando o mundo será palco de tragédias como essa?
Por: Thayane Gondim e Yasmin Abib


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